Os ácaros, tais como as aranhas, escorpiões e carrapatos, são aracnídeos. A maioria desses animais, pertencentes à Ordem Acarina (assim como os carrapatos), são tão pequenos que só podem ser vistos com auxílio de microscópios.
Habitam diversos ambientes e substratos, podendo viver em ambientes terrestres e aquáticos – inclusive marinhos. A maioria possui hábito predador, embora haja espécies de ácaros que se alimentem de plantas, outras que se alimentam de detritos e, ainda, espécies com hábitos parasitas.
Ácaros domésticos alimentam-se de escamas de pele e, por tal motivo, se alojam em colchões, travesseiros, etc., onde os níveis de temperatura e umidade são bons e há oferta de alimentos. Assim, suas fezes se dispersam nestes ambientes e a inalação destas pode provocar alergias – sendo os principais desencadeadores destas. Além das fezes, suas carcaças também causam este mal e, por tal motivo, nas estações mais secas do ano – quando muitos indivíduos encerram seus ciclos de vida – as pessoas tendem a sofrer mais crises alérgicas.
O ácaro causador da sarna, Sarcoptes scabiei, é um parasita cuja fêmea penetra na pele para se alimentar e depositar seus ovos. Assim, surge na pele uma erupção que provoca coceiras, acompanhada de pequenas manchas vermelhas e túneis, que podem aparecer entre os dedos das mãos, ao redor dos pulsos e cintura, axilas, etc., sendo as coceiras resultantes de reações alérgicas, causadas pela presença deste parasita.
A “sarna norueguesa” é causada pelo mesmo artrópode e causa crostas por muitas regiões do corpo, sendo uma manifestação rara, contagiosa e mais grave, que ocorre, principalmente, em pessoas com o sistema imunológico debilitado.
Ambos os tipos de sarna são transmitidos pelo contato direto da pele de uma pessoa infestada ou o contato com roupas de uso pessoal, de cama e de banho desta. Vale lembrar que a sarna de cães e gatos é causada pelo mesmo parasita.
Para encerrar, o ácaro Phytoseiulus longipes é uma espécie que preda o ácaro que destrói tomateiros, o Tetranychus evansi. Ácaros fitófagos (que se alimentam de plantas), afetam a fotossíntese das plantas, prejudicando a sua produtividade. Assim, o primeiro, endêmico da cidade de Uruguaiana (SP), descoberto recentemente, é visto com otimismo como sendo a solução para o prejuízo que este último causa nas lavouras.
Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia